domingo, 30 de agosto de 2009

desmantelando-se

Eu não tenho um braço. Sim, é verdade. Eu não tenho um braço. Perdi esses dias. Tava distraído pensando no futuro, traçando planos. Daí lembrei que no outro dia tinha que acordar cedo, pois meu trabalho exige e meu braço caiu. Assim, do nada. Tentei catar de volta, mas ele se desintegrou quando caiu no chão. Não que eu precise muito dele, mas era de estimação, sabe? O mesmo aconteceu com minha perna esquerda. Foi no dia que eu percebi que tinha três carnês que só vencerão no ano que vem. Um deles em dezembro. E ando assim, perdendo partes aos poucos. Uma orelha, por exemplo, se foi quando tive que largar a faculdade. Mas eu não estou preocupado. Tem gente trabalhando duro para que membros e órgãos biônicos possam existir. Gente como eu, que trabalha duro e não se importa com o amanhã. Para que se preocupar? Basta fazermos bem nosso rotineiro trabalho e estaremos contribuindo para o equílibrio de nossa magnífica sociedade. E enquanto digo isso meu dedo mindinho da mão acabou de se desprender de meu corpo...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

eu e as estrelas...

Bueno, gurizada, vendo o blog do Leonardo, acabei gostando da história das "estrelinhas" que tem por lá. As "estrelas" nada mais são do que um sistema de avaliação do conteúdo dos blogs. Eu sei que tem gente que frequenta aqui e que não gosta de - ou não quer - comentar. Portanto, peço que clique nas "estrelinhas" e exerça a democracia do seu gosto. A partir dessas "estrelinhas" posso ter uma ideia melhor do que anda agradando ou não por aqui. Era isso. Seja feita a sua vontade.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

um pouco de destempero no reino dos desesperançados

Nem tudo é tristeza no reino dos desesperançados. Há, às vezes, um vislumbre desajeitado de um horizonte favorável num futuro próximo. Mas poucos atrevem-se a olhá-lo. Um futuro incerto ou um presente confuso? No alto de sua profunda incompreensão, um moribundo resolveu falar. Sabia, por certo, que não o queriam ouvir. No reino dos desesperançados, qualquer ponta de esperança causa pânico. E a coragem é um artigo cuja encomenda dificilmente chega. Mas o moribundo, não se sabe se era um mendigo ou uma autoridade, estava inquieto. No reino dos desesperançados, ninguém espera nada de ninguém. Nem um gesto acolhedor, ou um sorriso furtivo. O mendigo, digo, o moribundo atreveu-se. Começou gesticulando bravamente, como quem encoraja um lutador. Disse, para quem quisesse ouvir, que tomos somos capazes, basta que acreditemos em nós mesmos, em nossas capacidades, em nosso poder pessoal. Que a esperança só morre quando a matamos. Assim sendo, propôs o moribundo, deveremos, a partir de hoje, olharmos com mais confiança nosso futuro, pois tudo o que precisamos está em nós mesmos. Mas estamos no reino dos desesperançados. E todos olharam desconfiados para aquele ser minúsculo. Ninguém lhe deu crédito. Tampouco confiança. Seguiram acreditando que o amanhã só é uma continuação enfadonha de hoje. E o Moribundo voltou-se absorto para a tristeza que poluía o lugar. E todos iam passando. Incrédulos. Insatisfeitos. Nos olhos vazios de cada um a frustração desesperançada de um porvir sem esperanças...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

mil

Eu sei que esse contador que eu uso não é confiável. Eu sei que ele conta as minhas visitas também (aliás, se alguém tiver um contador confiável para me indicar, estou aceitando). Mas é inegável que fico feliz ao ver que o contador de "curiosos" ali do lado atingiu quatro dígitos. Obrigado a todos que visitam o blog, nem que seja esporadicamente, ou só pra saber WTF que porra é essa. Muito thanks. Seguiremos a mil.

domingo, 2 de agosto de 2009

antes que o mundo (e a bateria) acabe

Antes que o mundo acabe, eu quero te dizer que nunca te amei. Sim, te quis e ainda te quero, eu acho, já não sei mais. Desculpa a pressa, mas a minha vida está acabando e acabo de perceber que nunca botei um ponto final nisso. Faltaram alguns pingos nos "i"s, faltou um pouco de amor próprio também, sobrou egoísmo e orgulho para não admitirmos que nos gostamos. Mas o mundo está acabando e tudo é tão tarde para tudo. Errei, erramos, mas eu não voltaria atrás, gosto desse amor equivocado, de vinho vencido e copos vazios. Olha, antes mesmo que minha vida se esvaeça nesse fim de tudo queria te dizer que não me arrependo, teria feito tudo de novo, se me fosse possível. Mas largando um pouco a hipocrisia - e olhando, de novo, no relógio - tenho que dizer que sinto tanta a tua falta, que tudo o que eu queria agora é estar ao teu lado e que eu não queria deixar palavras por dizer, por isso te digo agora que...