quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Um mundo pra chamar de meu

Não durmo há quatro noites. Há um sono profundo querendo sair de mim. Evito-o. Forço pensar que sou invencível, imbatível e que não preciso dormir. As baratas dividem a sala comigo. Evito pensar no dia que passou. Daqui a um dia, uma nova vida, um novo mundo. Instauro um mundo só pra mim, um mundo pra chamar de meu. Frases indecifráveis. Algum senso de consciência. Abro a porta do armário e encontro velhas lembranças, já quase esquecidas. É nelas que me apego, no sonho furtivo de um dia melhor. Me mantenho acordado, há uma esperança em meu espelho. Há uma porta querendo ser aberta, há outra que acabei de abrir. O sonho está chegando. Adormeço. Já posso agora viver.